quinta-feira, 5 de maio de 2011

(...)" - A borda de sua taça está coberta de mel - respondeu Giulietta, deixando-o tornar a puxá-la para si. - Pergunto-me que terrivel veneno ela conterá
 - Se for veneno, há de nos matar ambos.
 - Ora...deves realmente gostar de mim, se preferes morrer comigo a ficar vivo com outra mulher.
 - Creio que prefiro. - Ele a envolveu nos braços. - Beija-me, senão com certeza morrerei.
 - Morrer mais de uma vez? Para um homem duas vezes condenado, estás muito vivo!
 - Talvez meu veneno - disse Romeu, virando a cabeça dela para sí e não a soltando - tenha perdido o poder
 - Eu realmente preciso...
Como uma ave que desce sobre a presa e arrebata para os céus o infausto habitante terrestre, Romeu furtou os lábios de Giulietta, antes que eles tornassem a lhe escapar. Suspensa entre querubins e demônios, sua presa parou de se debater e ele abriu bem as asas e deixou o vento ascendente carregá-los pelo céu, até que o próprio predador tivesse perdido qualquer esperança de voltar para casa.
Naquele único abraço, Romeu se deu conta de um sentimento de certeza que jamais julgara possível a ninguêm, nem mesmo para os virtuosos...Com Giulietta em seus braços todas as outras mulheres - passadas, presentes e futuras- simplesmente deixavam de existir."(...)



 - Julieta - Anne Fortier

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