quinta-feira, 5 de maio de 2011

(...)" - Durante todo esse tempo - continuou Alessandro, ciente de estar me convencendo -, eu estava esperando o meu momento. E achei...depois de ontem, na Fontebranda, Achei que você...gostava de mim.

No silêncio que se seguiu, seus olhos confirmaram tudo o que ele tinha dito e imploraram para que eu retribuísse. Mas, em vez de falar de uma vez, estendi a mão, tocando seu peito, e, quando senti seu coração batendo calorosamente em minha palma, borbulhou dentro de mim uma alegria extasiada, vinda de algum lugar que eu nunca soubera existir, até ela finalmente descobrir o caminho para a superfície.

 - Eu gosto.

Nunca saberei quanto tempo durou nosso beijo. Foi um daqueles momentos que nenhum cientista jamais consegue reduzir a números, por mais que se empenhe. Só sei que, quando enfim o mundo voltou rodopiando, vindo de algum lugar agradavelmente  distante, tudo estava mais luminoso do que nunca e valia mais a pena desde a última vez que eu o olhara... ou talvez eu nunca tivesse olhado direito.

 - Fico muito feliz por você ser Romeo - murmurei, com a testa encostadana dele -, mas, mesmo que não fosse, ainda assim eu...

 - Ainda assim você o que?

Baixei os olhos, sem jeito:

 - Ficaria feliz.

Ele deu um risinho, sabendo que eu estivera prestes a dizer algo revelador"(...)



 - Julieta - Anne Fortier

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